Assim, tão de repente
Neyde Noronha
Quero ficar, mas não posso.
Medito para não chorar.
Assim, tão de repente,
uma parte de mim quer ir,
a outra quer ficar.
Tantas idas sem volta,
regressos vão e vêm,
bem ou mal são regressos,
procura de acertos esquecidos.
Mão no peito, choro.
Agarro a dor sentida
que procuro entender
no silêncio;
e assim, tão de repente,
chega à despedida.
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