sábado, 28 de abril de 2007




















Assim tão de repente

(Homenagem à Cássia Eller)

Quero ficar, mas não posso
Medito para não chorar
Assim tão de repente
uma parte de mim quer ir
a outra,quer ficar.

Tantas idas sem volta
Regressos vão e vêm
Bem ou mal,
são regressos
Procura de acertos esquecidos.

Mão no peito choro,
Agarro a dor sentida,
que procuro entender
no silêncio,
e assim tão de repente,
chega a despedida .
*****






Areias de Nazaré

Velas ao mar
Alegrias e tristezas
E quem saberá
Tu estás lá

Pronta para te encontrar
No porto seguro
Sinto que não
Vais tardar

Alegra-me tua chegada
Por horas,minutos
E, segundos
Estaremos juntos

Estou a esperar por ti
Hoje, amanhã e sempre
Bem perto do paraíso
Nas areias de Nazaré.

Algo em mim

Sou brisa, ternura
Inferno e aventura
Se não encontro solução
Tento mudar algo de mim

Ora sinto-me guerreira
Derrubo antigos mitos
Ora, frágil
Como uma passarinha

Tenho a saudade
Como companheira
A solidão devastadora
E a vida como esperança.

Levo a minha parte
Carrego a minha cruz
Sacudo a poeira
E dou a volta por cima

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Algo a dizer

Lá fora a noite é fria
Venta no terraço gelado
As plantas acenam para as outras
Só isto se consegue ver

Volto para a cama
Espero um telefonema
Lamento
Sinto que nada tenho a fazer

Lavo-me, perfumo o meu corpo
Olho-me no espelho
Penso
Fumo

Tomo um cálice de vinho
Escovo os dentes
Moço, tenho um bichinho de estimação
Que dorme pertinho de mim

Ao lado da minha cama
Tão fria
Onde me agasalho para não congelar.
O meu cãozinho me olha tristonho

O que será que ele pensa
O que eu estarei pensando
No silêncio do seu olhar!
Meu quarto não é azul da cor do céu

A cor branca da paz, não consegue satisfazer o meu maior desejo
Falta alguém tão mágico
Que me traga o carinho que tanto quero
Beijos quentes

Lábios queimando a minha boca sedenta
Ao som acalentador das eternas canções
Nossos corpos cansados se estenderão na solitária cama
Até ao amanhecer

Na realidade chegou o sono, sonho, ou sono, sonho!

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Alegria, alegria

Flor com espinhos
Deixam marcas
Que se apagam
Quando o Sol
Desfaz o desencanto
Apagando a dor sentida

Num leve amanhecer
Primavera
Sensível
Colorindo pensamentos
Estação das flores
Que na relva se espalham
Contentando corações

Verão
Inverno
Lágrimas afogadas
Sorrisos de alento
Esperança

Divino
Natal de Cristo!
Alegria! Alegria!

Dedico ao meu querido amigo Rui Pais
Outono de 2005Niterói/RJ Brasil
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A sombra de um poeta

Uma sombra segue o Poeta
Que não consegue desfazer
A marca de uma dor
E o ferimento
Que ainda dói
Visão que se apagou
Quando chora
Não pode
E nem quer ver
O brilho da própria luz.
Tuas feridas já são nossas

Estás no coração de todos
Dos astros, das estrelas
Tão perto de ti
Eles tentam acordar-te!

Poeta mais triste do que eu
Não consegue fingir
Não és artista
Porquê?
Não sabes mentir

Sombra, te afasta
Do nosso poeta
Da dor que sente
Até que as cicatrizes, se curem
Para sempre.

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A Beleza do Momento

Vida, que te quero Viva
Onde tudo se faz
Se destaca
Perdemos ou ganhamos
De uma forma ou de outra

A beleza se ganha, nunca se perde
Segura e bonita
Tem seu nome próprio
Se veste de caridade
Se entrega de amor

Aquele que ama é belo
Quem se deixa amar
Brilha, em qualquer idade
Concorda com o explêndido
Se conduz a imortalidade

A beleza não está apenas na estética
A autenticidade da alma
Impregna-se com seus adornos
Envolvida em luz
Serenidade e paz

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A beira-mar

A Beira-mar
Ilha Grande
Angra dos Reis
Horizonte,
Sonho, passado
Olhar de minh' alma
Esperança, ainda fértil
Me entrego ao desejo
De te encontrar
Escolho no vento
O ar que procuro
Respiro e espero
Sentada a beira-mar.

POESIAS
























A Bailar
Me empolgo com o teu jeito
Venha desvendar os mistérios
Do meu coração
E o que se pode fazer
Para creditar em alguém.
A bailar, por aqui, por ali...

Totalmente esquecida do tempo
Da lida
Do dia que nasce
Totalmente nua
Totalmente tua...

BIOGRAFIA

Neyde Noronha nasceu no Brasil. Estudou pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Laje no Rio de Janeiro, gravura em metal no Museu do Ingá, além de frequentar ateliês de artistas e palestras, o que lhe ofereceu diversas oportunidades de se aprimorar cada vez mais. Expõe pela primeira vez em uma coletiva no ano de 1976, logo após é convidada para expor individualmente e segue realizando diversas exposições, frequentando salões de arte, recebendo prêmios por sua atuação, participando como membro de comissão de júri em vários salões, etc. Ganhadora de diversas medalhas de ouro, prata e menções honrosas seguem-se os prestígios em jornais locais e no meio artístico e cultural do Rio de Janeiro. Mais tarde foi orientadora em seu próprio ateliê de pintura, no Centro Cultural La Salle, Niterói, RJ, na arte da criação, ensinando técnicas por alguns anos. Colaborou como cronista de arte em vários jornais de sua cidade, atuando inclusive na Rádio AM Fluminense como entrevistadora. Sua pintura se divide em fases e o seu ato de criar tem características que permanecem, mas seguem divergindo do figurativo para outros temas, estilos e técnicas demonstrados nas décadas de 90. No início de 2000 acontece uma transformação em sua arte e Neyde Noronha passa a criar abstrações. Para ela a pintura é uma nova aventura e uma exploração da mente pois Neyde consegue colocar no seu trabalho intensa motivação, dedicação e amor a arte. As suas obras passaram por diversas galerias, inclusive algumas delas seguiram com colecionadores para a Suiça, Portugal, USA, França. No Brasil podem ser vistas e visitadas em algumas galerias de arte. Inspiração de Neyde Noronha Neyde encontra sua inspiração nos seus próprios sentimentos. Inspira-se no momento em que vive ou nas lembranças do passado. Todos os trabalhos que faz são inspirados em fatos que mais marcaram a sua vivência. Sobre estas pinturas elas mostram o seu interesse em se comunicar de uma forma amorosa e ao pintar cuida das cores como quem se veste para sair. Assina os seus quadros quando conscientemente os vê completamente finalizados. No início se inspirou em artistas como Gustav Klint, Redon e Gauguin, é colorista e abusa das cores sem medo. Neyde Noronha mostra a beleza interior, o relativo acontecer em suas pinturas e a maneira como elas se comunicam com o espectador. Sente grande necessidade de desenhar, mas não vê tempo, logo transfere o que pensa, pintando e colorindo. Ver o amor que ela coloca em suas pinturas é sentir a força e energia positiva que irradia de seus coloridos. Fonte: Informações postadas pelo próprio Artista - 02/09/2011
Letras & Artes

Agradeço aos assinantes deste blog os elogios e a leitura que tanto me previlegia e analtece. Com o meu especial carinho a todos o meu abr...