sexta-feira, 23 de julho de 2010

"Estou curioso em saber o que aconteceria
se a arte fosse subitamente vista
pelo que é, ou seja, a informação
exata de como é reorganizar
a própria psique para
estar preparado a enfrentar o
próximo golpe desferido por
nossas próprias faculdades ampliadas...
O artista está sempre envolvido em
escrever uma história detalhada
do futuro porque ele é a única
pessoa consciente da natureza do presente."
( Marshll McLuhan)


quarta-feira, 21 de julho de 2010

FUI PREMIADA
O poeta Naldo Velho lança no próximo mês de agosto mais um livro, desta vez na Sala de Cultura Lauro Alvim no Rio de Janeiro. E esta artista-poeta, foi premiada com a indicação para fazer a capa do livro. Fiquei radiante. Segue uma poesia do autor NALDO VELHO e um esboço do que será o livro.
Obrigado amigo...
E assim ele se manifestou
O LIVRO A DANÇA DO TEMPO ESTÁ FICANDO CADA VEZ MAIS BONITO, AGORA COM A GENEROSIDADE DE NEYDE NORONHA ARTISTA EXTREMAMENTE TALENTOSA, RESPONSÁVEL PELA FEITURA DA CAPA E CUJA OBRA GUARDA ENORMES SIGNIFICADOS EM MINHA VIDA.
OBRIGADO MINHA AMIGA
NALDO

  A DANÇA DO TEMPO

                                                                      Naldo Velho

Na dança do tempo, o descompasso das horas,
ainda é noite aqui dentro, amanhece lá fora.
A porta entreaberta denuncia a loucura
o silêncio das coisas aumenta a clausura.


Na dança da vida, o descompasso do tempo,
calmaria aparente, tempestade aqui dentro.
E a insônia insistente não quer ir embora,
coração ainda sangra, vez por outra ainda chora.

Na dança dos versos, poemas que imploram,
nostalgia que eu temo, inquietudes que afloram,
Um sorriso aparente, um café, um cigarro,
uma dúzia de rosas ressecadas num jarro.


Na dança das águas, beija flor foi pra longe,
voou bem depressa, se escondeu não sei onde.
Agora chove lá fora, secura aqui dentro,
as notícias que guardo são antigas, faz tempo.


Já são quase dez horas e a cidade nublada,
manhã fria de agosto, respiração afrontada.
O poema que nasce não diz o que eu quero,
não sei se desisto, não sei se te espero.







segunda-feira, 19 de julho de 2010


"Uma coisa boa sobre a música é

que quando ela bate você não sente dor.

sente sim o acorde de doces notas

que tocam vibrando no coração

lhe fazendo harmonicamente

sentir altas emoções."

(Herivelto Vega)

terça-feira, 13 de julho de 2010


PINTOR
(Neyde Noronha)

Pintor alma gêmea na busca, na inquietação.

No dia a dia, cheio de planos e projetos.

Pintor, pensador noturno que vagueia

na noite em busca de inspiração


- A boêmia, sua atração -


Pintor não tem nada para dizer

Quando chegar a casa de cabeça baixa

- Não, não irá madrugar -


Pintor deixa sua marca nos espaços

coletivos, na alma de toda gente.

Sente mais do que ninguém,

sabe o que é passado, o que é saudade,

felicidade e solidão.


- Pintor - Esperança -


Um tom a mais lhe transporta a

uma pincelada cheia de fantasia

-Isto lhe faz sorrir -


Viver sua vida, acampar na sua imaginação,

Na imagem de alguém que ficou

ou se foi, viajar nos sonhos,

Buscar o futuro ou estacionar no presente.


Pintor de alma pura

Não chora de saudade, não...

Vá descansar

Para sonhar acordado outra vez

-Amanhã -

*****
Foto: Painel pintado pelo artista- Ênio Pinalli
(Retida na net, sem contato com o pintor)

domingo, 11 de julho de 2010

           
Martha Medeiros: Em que você está pensando?

O silêncio da paz, do sossego, não deve ser interrompido por suspeitas

MARTHA MEDEIROS
mar­thamedeiros@terra.com.br

Estava no Rio participando de um evento, quando uma moça se aproximou de mim e disse: Gostaria de saber sua opinião: sempre que eu pergunto para o meu marido sobre o que ele está pensando, ele responde que não está pensando em nada. Isso é possível?.
Não, não é possível, respondi. Não é possível que você pergunte para o seu marido sobre o que ele está pensando. Você não tem pena do coitado?
Rimos, e trocamos de assunto.
O fato é que não é só ela. Muitas vezes compartilhamos o silêncio com alguém que amamos muito, mas o amor nem sempre é blindagem suficiente contra a insegurança, e aí aquele silêncio vai se tornando incômodo, aflitivo, até que, pra não deixar o caladão ou a caladona fugir para muito longe, surge a invasiva pergunta: "No que você está pensando?".
Pode acontecer durante uma viagem de carro, durante uma caminhada, até mesmo em frente à tevê: "No que você está pensando?".
Estava pensando se o bolo desandou por eu ter colocado farinha de rosca em vez de farinha de trigo. Estava tentando lembrar se foi o Robert Downey Jr. que fez o papel de Gandhi no cinema. Estava procurando entender como o elefante, sendo herbívoro, consegue ser tão gordo.
Como diria Olavo Bilac, certo perdeste o senso.
O pensamento é sagrado, o único território livre de patrulha, livre de julgamentos, livre de investigações, livre, livre, livre. Área de recreação da loucura. Espaço aberto para a imaginação. Paraíso inviolável. Se estivermos estranhamente quietos num momento em que o natural seria estarmos desabafando, ok, é bacana que quem esteja a nosso lado demonstre atenção. Você está aborrecido comigo? Está preocupado? Quer conversar? Está precisando de alguma coisa? Quem gosta de nós percebe quando nosso silêncio é uma manifestação de sofrimento ou desagrado, e nos convocar para um diálogo é uma tentativa de ajudar.
Mas durante uma viagem de carro em que está tudo numa boa e você está apenas apreciando a paisagem? Durante uma caminhada no parque em que você está observando as diferentes tonalidades de verde das árvores? Na frente da tevê, quando você está fixado na entrevista do seu cineasta preferido? Esse é o silêncio da paz, do sossego, e não merece ser interrompido por suspeitas. Sim, até pode ser que você esteja pensando, durante a viagem, que o relacionamento de vocês também já foi longe demais. E que o parque seria um belo local para um encontro clandestino. De preferência com o cineasta da entrevista, que você nem imaginava ser tão bonitão. Sim, pode ser.
Em que você está pensando?
Em nada, meu bem. Em nada.

Martha Medeiros
Fonte: http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/donna/19,206,2903181,Martha-Medeiros-Em-que-voce-esta-pensando-.html



Sonho

Neyde Noronha

Sonhei que vi alguém

Me chamando

Me dizendo coisas

Que nunca ouvir dizer



Como há muito não sonhava

Pensei que este alguém

tão imaginário

Calaria

O meu choro



Que nada

Acordada

Sonhei

Tentei

Pela segunda vez

Ele nada dizia

Nada falava

Acabava de matar

Alguém de amor.



Assustada

Jurei nunca mais

Pensar nele

Tomou o rumo

De sua vivência

Lá se foi - A última vez.
























_ descarnar o ódio, quisera..._
        anadeabrão merij

                                                         

o poema vocifera em meus lábios

não há fuga possível, ainda que habite distâncias

a barbárie desperta palavras contidas com suas esporas

fere o verbo escondido com suas afiadas lanças



quisera esconder-me num lugar de nome bonito

a buscar outras rimas, saídas da terra, brotadas entre hibiscos e magnólias

não aqui, posto que a bestialidade do homem se avizinha a polir ossos do ódio

nos destinos de mércias e elisas, neste luto brutal de todas as horas



quisera a morada de outrora , quando debruçada sobre o nada

cantava encarnações de alegrias

a jorrar dilúvios de poesias alvejadas

num rio de inaugurar magias



sim,

o silêncio era ontem

não este que me acende agora

imundo de ódio



hoje...

o silêncio da morte é quem me acorda

nestes versos sujos de sangue

tecidos na revolta



quisera descarnar os corpos dos assassinos

alimentar seus cães com suas almas pérfidas

e,

sem piedade ouvir seus gritos



oh! deus quisera...

o teu cajado, o teu juízo, a tua mais forte ira :

-para justiça da dor destas meninas!



anadeabrão merij
                                                         LETRAS & ARTES

sexta-feira, 2 de julho de 2010


Não te perdi...

Neyde Noronha

Quantos anos se passaram
Com eles ficaram apenas as lembranças
Do primeiro encontro
Cobertos de alegria

Onde andaria o meu verdadeiro amor
Que se foi no tempo
Na saudade
Sem futuro, talvez
Distante, em outro país

Tenho dúvidas
Se ainda lembras de mim
Encontros furtivos
Encontros vividos
Tuas e minhas declarações
Uma paixão, um amor eterno
Escritos em versos,
Em poemas, no nosso caderno


Nos jardins do aterro
Éramos dois jovens apaixonados
Muitas saudades
Beijos roubados

Tudo se fizera para nos separar
Trocaram as nossas vidas
Por outras vidas
Que não mereciam
Fizeram tudo para nos afastar


Sei onde estás hoje
Mas não sei onde estaríamos
Em que festa nos reuniríamos
Em que dia nos encontraríamos
(Triste verdade...)


Procuro nas páginas da vida
Falo com os mais próximos
Nem o teu nome se diz mais
Onde andaria o amor que perdi?
Talvez na espera do amanhã

Quem sabe

Como eu
Que nunca te esqueci
O tempo te levou de mim...
Ficaram marcas da desavença
De outros, sem piedade

E o futuro chegou,
Roubando de mim o teu consolo,
O teu paciente olhar,
As trocas e confidências.

O hino de independência alcancei
Mas tu foste embora
Creio
Não te perdi

Como um perfume de quem chega
Sonhei com a tua vinda
Ainda temos tempo!

Me abraça
Me beija
Fica comigo eternamente.
Volta para mim.

2/6/2010

Dedico a alguém muito especial P.S...
























Agradeço aos assinantes deste blog os elogios e a leitura que tanto me previlegia e analtece. Com o meu especial carinho a todos o meu abr...