segunda-feira, 28 de maio de 2012


Sonhos coloridos
(Neyde Noronha)

Dentro ou fora de mim
Quantas delícias vi no mundo
Sonhos coloridos
Vivi

Nadei em águas calmas
Perfumei o meu corpo
Desde a juventude
Até a maturidade

O cantar dos pássaros
Na janela
Nos mares
Em que navego
Tu me fizestes inteira
Da mão ingênua
À mão feiticeira
Tão inteira
Como uma rosa
E logo desabrochei

Em terras férteis
Coloridas
Tu és dono do meu mundo
Dos meus sonhos
E ninguém percebe!

Não sepulcro este sonhar
Jamais deixo de o buscar
Aproveito cada momento
Esta ambição

Tão simples
Puramente
No sonho
De te amar para sempre.
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Meus Sais
(Neyde Noronha)

Ligo sim,
Por que tenho amigos
São poucos
Mas, leais comigo

Não mudei
Faço a minha própria diferença
Apenas, amadureci
Sou guerreira
Há mais de vinte anos
Somados aos que não vivi.

Transtornei-me
Até  apaixonei-me, outra vez
Mas estou ficando velha
Não vivi o quanto desejo

Quero mais
Para ver melhoras
Sentir as horas passarem
Olhar para mim
Dizer para outros
Que o meu sorriso é franco

Conselhos podem dar
Recebê-los, aceito
Com lógicas!
"Estou na beira da estrada
Mas não estou podre nem bichada
Não sou aquela massa,
Nem aquela maçã!"

Me importo em ser feliz
Usando o sorriso
A lealdade
Muitas lágrimas para aliviar

Até mesmo o deprée
De vez em quando
Choro, até as gargalhadas
Ter estes hábitos
Assim tão naturais
São os meus sais...

terça-feira, 1 de maio de 2012

O segredo
(Neyde Noronha)

Sessenta minutos
Poucos dias
Sonhos em demasia
Vida avessa
Quando só é solidão
Viver é coração

Sentir mas se perder
No instante
Na desigualdade
Na contínua incerteza
Perder o que já estava perdido
Na obsessão de sonhar

O impossível
Chega ao seu momento final
Sentido
Vivido
Tão claro
Tão desigual

terça-feira, 24 de abril de 2012

Acredito
(Neyde Noronha)


Acredito na eternidade,

Confio no acaso

Acredito no amor
mas desconfio dele!

Nas emoções
Pensamos no amor eterno

Esquecemos o último amor!
Na prevista felicidade 
-Portas se fecham 

Enquanto outras se abrem

Porque não acreditar? 

Existe aquela sinfonia 
Que ainda não ouvimos
o prazer de recomeçar.
Princípio de tudo
Nas grandes tempestades,
na ausência.

Mudanças 
Que a vida oferece
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Sem pressa(Neyde Noronha)

Trouxeste tua força
Tua marca
.
Quando mais uma vez,
nos encontramos.
Sabíamos que  nos amaríamos

Sem pressa
 Para sempre

A cada instante
Sequer percebemos 

Que já éramos 
Um ao outro
Muitos anos atrás


Hoje sabemos o  porquê
De sermos iguais
No tempo de tanta espera 
Nunca tivemos pressa 
O sentimento perdura 
Até um novo encontro





 Não olhe para trás 
(Neyde Noronha) 

Na hora que sair
Desligue a luz
Feche a porta
Não olhe para trás 

Quem quer partir
Sente vontade
De se esconder
De não ser visto mais 

Antes peça perdão 
Diga Adeus
Pela última vez
Não volte , nunca mais

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segunda-feira, 23 de abril de 2012



                                                           


POR D'MOURA
(Ildo de Moura)

domingo, 15 de abril de 2012


‎"Sorria, brinque, chore, beije, morra de amor, sinta, sonhe, grite e, acima de tudo, viva. O fim nem sempre é o final. A vida nem sempre é real. O passado nem sempre passou. O presente nem sempre ficou e o hoje nem sempre é agora. Tudo o que vai, volta. E se voltar é porque é feito de amor".


Reynaldo Gianecchini.


Movimento de Amor
(Neyde Noronha)


Um coração tão sem jeito
Sem o sentimento da esperança
Do reviver
Pela memória sentida


O que já foi história 
Hoje sem marcar escravos
Chacinam brancos e negros
Ninguém vê
Poucos viram!
Da impiedade se fará justiça
Impiedosos serão punidos


No templo colorido das flores
Na primavera que chega
No ambiente do nosso leito
Não vamos deixar empobrecer
A nossa cultura
O nosso berço 
Nossos sentidos
Tudo isso
 Meditar 
Sequer por momentos
A verdadeira vida que merecemos
Nestes dias tão pobres
De momentos de dor


Vamos lutar pelo" Movimento de Amor"


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sábado, 7 de abril de 2012


‎"Noite que chega"...
Tendo a Lua por companhia
O céu azul estrelado
Espreitando a Baía
Como que enamorado
Pela beleza que irradia
Manda um beijo apaixonado
Antes de nascer o dia...
Uma estrela cadente leva o beijo
À Baía enternecida
A Lua Cheia sorri
Ao ver cumprido o desejo...
E vendo surgir a aurora
Escondeu-se atrás do sol
E a noite foi embora
Com alguma nostalgia
Prometendo à Baía
Que em noite de Lua Nova
Até ela desceria...

(Ao correr da pena... para a Nan, do primo Isidro M. Noronha Beleza)

sábado, 31 de março de 2012


Pintura Neyde Noronha- Óleo sobre tela. Adquirido pela empresa FLORENSE

Isidro Beleza
À deriva

Uma vela rasgada
Um mar agitado
Nuvens no horizonte
Um olhar desolado
Um barco à deriva
Sem rumo e sem norte
Uma prece sentida
Um desejo de sorte...
Às ondas revoltas
Ciciam-se palavras soltas
No vento que passa...
Não há terra à vista 
Não há mão que afague
A tristeza que existe
Nem chama que apague
A fé que resiste
Ao desespero, à solidão
Àquele mar
À imensidão...
E fez-se dia!
Pela janela o sol espreitou
E me acordou...
Estremeci...
E ao ver-te ali
De felicdade... sorri.

(Isidro Beleza)

sexta-feira, 30 de março de 2012


Releitura Abstrata
(Neyde Noronha)

No meu bairro encontrei uma moeda gótica
Louvei!
Pelos franzinos anos que passei.
Quando,sentia-me numa
"Solenidade da Inquisição"
Em que os penitenciados abjuravam os seus erros
Ou purificados pelo fogo

Agora, com distinção
Colhi uma planta arácea típica
Entreguei a moura
Sai correndo

Com imensa vontade de rir
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Pintura- Neyde Noronha
Título: Diálogo Árabe
Ano de 2009
Óleo sobre tela
Propriedade de Cesar Martinz Velasco

terça-feira, 27 de março de 2012

NOITE
(Neyde Noronha)
Amiga sincera, companheira dos momentos em que medito. 
Te descubro as vezes
Sozinha, assim como eu

Serena ...

Quando te encontro.
 Lua, companheira constante 
Minha eterna harmonia 
entre a solidão e a melancolia.

 Companheira da noite
 Almas gêmeas
 Cuidem de mim. 
 ****

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

                                                    Desenho feito por mim na década de 80... 
  Uma reflexão muito boa sobre mudanças, do "Livro Tibetano do viver e do morrer " 
 de Sogyal Rinpoche. 
 O seguinte poema fala a todos nós. Chama-se "Autobiografia em Cinco Capítulos".
 1) Ando pela rua Há um buraco fundo na calçada Eu caio Estou perdido...sem esperança. Não é culpa minha. Leva uma eternidade para encontrar a saída.
 2) Ando pela mesma rua Há um buraco fundo na calçada Mas finjo não vê-lo. Caio nele de novo. Não posso acreditar que estou no mesmo lugar. Mas não é culpa minha. Ainda assim leva um tempão para sair.
 3) Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada Vejo que ele ali está Ainda assim caio.... é um hábito. Meus olhos se abrem Sei onde estou É minha culpa. Saio imediatamente.
 4) Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada Dou a volta.
 5) Ando por outra rua.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

‎"a poesia é a expressão da autenticidade dos sentimentos porque, em primeiro lugar e antes da verdade da razão está a verdade do coração".
Isidro Beleza
Isidro Beleza- O quadro (pintura? foto?) é lindíssimo! Quanto à "definição" - assim mesmo entre aspas, porque não existe, quanto a mim uma única, mas imensas "definições ou, melhor "estados de alma" expressas em diversas formas poéticas - foi o que considero UM MOMENTO FELZ.
No ocaso da vida... namorando 
 Amei, amei, amei... 
Perdidamente
Sem saber se era amor 
Se era paixão... 
Apenas sei 
Que aos sentimentos entreguei 
A minh'alma toda inteira 
Como se numa hora derradeira 
Não os pudesse reviver Intensamente... 
Ou como se amou e sentiu 
O amor primeiro 
E como se pensou Jamais pudesse existir 
Outro igual ou mais verdadeiro... 
Mas existiram e... existem! 
Outros amores, novas paixões 
Outras boas loucuras 
Em ardentes corações 
Frémitos de vida... de emoções 
De ternuras e sensações... 
Cada qual como se não houvera 
Ou tenha havido outro igual... 
Amores!... paixões!... 
Pobres daqueles que não as viveram 
Daquelas que nunca as sentiram... 
Com a mais profunda intensidade! 
Porque perderam o melhor de suas vidas 
Que será a mais pura felicidade 
Quando chegar a hora da partida 
O último adeus... A despedida 
(Isidro Beleza)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Ando por aqui
(Neyde Noronha)

Ando por aqui, carregando telas
Traçando linhas

Fazendo de conta

Que a vida é boa

Quando nem sempre é...

No faz de conta
Volta a felicidade
O sorriso pleno
A risada feliz
O choro esquecido
A vida plena
A saudade vivida
A dor esquecida
E alegria de volta

A esperança
Se solta por aí

E eu estou por aqui...

Pintura Neyde Noronha "AMANHECER"

sábado, 28 de janeiro de 2012

Pintura de Maria Oliveira Pinto- Varinas 
Ovar/Portugal




 Varinas- Ovar VARINAS são Marias
 Neyde Noronha

 Mulheres que lutaram contra o regime ditatorial 
 Mulheres angustiadas
 Tantos anos de obscurantismo 
 Seus gritos não eram permitidos
 Nas suas veias corria o sangue do sofrimento
 Passaram-se 48 anos
 Seus filhos Irmãos
 A temida tropa
 Alguns não voltaram 
 Não havia esperança
 A emoção crescia ao longo destes anos 
 Nada conseguia apagá-las  
Varinas são Mães
 Varinas são Marias 
 Depois do dia 25 de Abril 


 Maria quer pintar
 Maria quer dizer
 Maria quer gritar 
 Maria não quer sofrer 
 Maria quer liberdade 
 Maria quer amar.
 Maria, Maria, Maria... 

-------------------------------------------------------------------------------- 25 de abril de 1974 
 Esta é a madrugada que eu esperava.
O dia inicial inteiro e limpo 
Onde emergimos da noite e do silêncio 
E livres habitamos a substância do tempo 
 Sophia Mello Breyner

Quem sou

Às vezes penso que não sou
Às vezes tento me conhecer 
como conheço as aves, 
o calor das areias quentes
de uma praia do litoral.

Quem sou 
que caminho nas tardes a beira mar
que vejo o sol ao entardecer,
que em noite de escuridão
sou sombra de mim mesma
e me escondo, temendo amar 

Neyde Noronha

Agradeço aos assinantes deste blog os elogios e a leitura que tanto me previlegia e analtece. Com o meu especial carinho a todos o meu abr...