GENTE ENLUARADA
NALDOVELHO
Gente enluarada
gosta de viajar nas funduras,
tem mania de desentranhar coisas
do seu e de muitos umbigos,
e costuma ficar ruminando o silêncio
até ter dele seus significados.
Gente enluarada
tem os olhos marejados pela nostalgia
das escolhas que não foi capaz de fazer,
da saudade que não consegue esconder
e das madrugadas encharcadas
de solidão e orvalho.
Gente enluarada
precisa conviver com as águas
e traz nas mãos sementes de faz de conta,
macera palavras noite e dia,
só para poder contar histórias,
embaraçar enredos, resgatar memórias.
Gente enluarada
costuma ter vida sofrida,
mas consegue sempre sobreviver à ruína
e de portas e janelas escancaradas
constrói a cada dia um sonho,
coisa mais linda de se ver.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
As quatro estações
( Neyde Noronha )
A Joia Sagrada esperava o Sol através de sua janela - Sentia-se a mais sagrada de todas. Aquela presença era oportuna, eles encontravam-se e se perguntavam que luzes seriam aquelas de tantas cores, num só universo O universo do amor. Ao passar dos dias a luz de sua vida ansiava pela primavera. Era verão: Enquanto isso o Sol brilhava pelos cantos do mundo, o Sol aparecia aos encontros permanentes permeados de felicidade em perfeita união. No mesmo verão a Joia Sagrada já não mais seria a única: Muitas histórias eram contadas, muito se ouvia. Outras Joias esperavam de suas janelas com a certeza de que o mesmo Sol viria lhes beijar os corpos com profunda emoção. Antes do outono chegar surgiu inesperadamente a " Luz da minha vida" e ele se foi O último amor da Joia Sagrada já não mostrava o seu brilho ao olhar através da janela tão cheia de anseio com o mesmo fulgor que a invadia com brilho seu sorriso o seu coração. Em sua morada ele não mais foi visto e desacreditado pela chegada do Outono, sentiu que poderia viver melhor em outro lugar. "Vendeu os seus sonhos ou os trocou por outros." A Joia Sagrada nunca mais brilhou como antes. Quantos sonhos o Sol, que sempre procura mais alguém, talvez a Lua ou Afrodite buscou ou em seguida iria buscar? Vieram as manhãs primaveris, já não mais tão belas e a Joia Sagrada se transformou em uma linda rosa com ar de despedida que encanta com o brilho da verdade, certa de que aquele Sol não lhe aquece no próximo inverno. Ainda chora, com certeza e saudades daquele tempo que jamais voltará. Despede-se daquele amor, o último de sua vida e parte também, para algum lugar em despedida.
*****
( Neyde Noronha )
A Joia Sagrada esperava o Sol através de sua janela - Sentia-se a mais sagrada de todas. Aquela presença era oportuna, eles encontravam-se e se perguntavam que luzes seriam aquelas de tantas cores, num só universo O universo do amor. Ao passar dos dias a luz de sua vida ansiava pela primavera. Era verão: Enquanto isso o Sol brilhava pelos cantos do mundo, o Sol aparecia aos encontros permanentes permeados de felicidade em perfeita união. No mesmo verão a Joia Sagrada já não mais seria a única: Muitas histórias eram contadas, muito se ouvia. Outras Joias esperavam de suas janelas com a certeza de que o mesmo Sol viria lhes beijar os corpos com profunda emoção. Antes do outono chegar surgiu inesperadamente a " Luz da minha vida" e ele se foi O último amor da Joia Sagrada já não mostrava o seu brilho ao olhar através da janela tão cheia de anseio com o mesmo fulgor que a invadia com brilho seu sorriso o seu coração. Em sua morada ele não mais foi visto e desacreditado pela chegada do Outono, sentiu que poderia viver melhor em outro lugar. "Vendeu os seus sonhos ou os trocou por outros." A Joia Sagrada nunca mais brilhou como antes. Quantos sonhos o Sol, que sempre procura mais alguém, talvez a Lua ou Afrodite buscou ou em seguida iria buscar? Vieram as manhãs primaveris, já não mais tão belas e a Joia Sagrada se transformou em uma linda rosa com ar de despedida que encanta com o brilho da verdade, certa de que aquele Sol não lhe aquece no próximo inverno. Ainda chora, com certeza e saudades daquele tempo que jamais voltará. Despede-se daquele amor, o último de sua vida e parte também, para algum lugar em despedida.
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quarta-feira, 27 de julho de 2011
Só...Contigo
(Neyde Noronha)
Quantas vezes chegaste
Quantas vezes foste embora
Deito-me na relva
tão verde quanto a minha esperança
Tanto desejo reviver
O som bonito que escutava
Vinha do portal da tua terra
Depois de longa viagem
Tempos idos,
perdidos de paixão.
Tanto desejo de reviver
A tua presença
Só...contigo!
Hoje, basta-me apenas
Alimentar a memória
Consolar a angústia de tua ausência
Nas lembranças que ficaram
Do meu amor por ti.
*****
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