segunda-feira, 28 de novembro de 2011

"Hoje acordei com vontade de varrer...varrer a casa, varrer o face, varrer aqueles que não servem para serem meus amigos, varre tudo o que me faz mal...E ainda salvar o amor de plantão que existe dentro de mim. Salvo, assim, o que existe de bom sem derrubar o muro e depois me arrepender"
Neyde Noronha
 Foto: Helmut Newton

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

LUGAR DA CORUJA
Há um lugar
onde os símbolos
e o espaço se contornam…
Onde para lá de segredos
homens se conformam com o fogo
que desce de Céus
e sobe a Infernos
queimando-me o pêlo
e fertilizando-me de penas
brancas
que destoam na noite…
De olhares fixos
em olhos entreabertos
pérfidos que vêem para lá
do ocaso deste dia…
Lugar impossível
na língua descritiva e humana,
passível de constar
na bíblia secreta das selvas…
Um pio…
que invade pensamentos
e nos faz olhar para trás
em caminhos que desconhecemos…
Migrações que se encontram
em Primaveras obscuras
e Outonos privados
amontoados de folhas vazias
mas plenas de histórias,
em que flores inocentes
apenas aparecem na morte
de um ser inanimado destino que foi, da ganância
de um predador que experimenta as minhas entranhas…
Num pecado silencioso
entre suaves sombras
e flores violentas
entre luzes que não sinto
e escuridão que nunca verei
numa encruzilhada sensorial
em uniões desapropriadas
com a natureza
de espinhos gastos
e espectros de pontes caídas
existe…
o lugar da coruja…

 Jc Patrão Jc Patrão | Novembro 22, 2011 at 11:32 pm | Categorias: PROSAS |
URL: http://folhavazia.wordpress.com/2011/11/22/2528/

sexta-feira, 4 de novembro de 2011


LITURGIA DA PALAVRA







TELA DE NEYDE NORONHA)

   NALDOVELHO

   Há uma certa magia
   na palavra que nos causa arrepio,
   com ela provoco incertezas,
   dou brilho às minhas fraquezas,
   evidencio a língua afiada,
   própria de quem gosta
   de poder sonhar.

   Há uma certa sabedoria
   na palavra que consigo perceber,
   com ela aprendo a semear poesia,
   a colher na vida o alimento preciso
   e a submeter paixões rebeladas,
   próprias dos que gostam de andar
   do lado errado da estrada.

   Há uma certa misericórdia
   na palavra que teimo em observar,
   graças a ela construo abrigos,
   descortino imagens,
   levo luz a recantos sombrios,
   consigo ser água de um rio
   que corre em direção ao mar.

   Há uma certa liturgia
   na palavra que preciso compreender,
   só assim desvendarei o mistério
   da palavra que não ouso pronunciar.

Agradeço aos assinantes deste blog os elogios e a leitura que tanto me previlegia e analtece. Com o meu especial carinho a todos o meu abr...