sábado, 9 de janeiro de 2010






BUENA VISTA SOCIAL CLUB

Nilton Bustamante



Ternos de linho – ou qualquer um-, jovens que se esqueceram de envelhecer, chapéus Panamá - ou qualquer um-, sentam-se em cadeiras domesticadas.

A calçada é passarela à espera da noite que virá – sempre vem.

Os olhares no aparente vazio vêem o que custa passar. Parece filme que ao chegar ao final, inicia-se em contínuo ritmo sem tempo de acabar. Cada qual entende o que outro sabe, o que o outro vê, e sorrisos nos cantos dos lábios, nos cantos dos olhares, despontam disfarçados.

Passa pelo caminho carrinho de mão, conduzido por mãos calejadas, buscam a direção de alguns trocados. E os sobrados são sombrios, são imponentes, morrem em pé, sem se deixar dar o gosto da terra. Um homem, sozinho, no terraço, equilibrando-se no vazio, parece falar com muitos, parece ouvir os mundos, parece sorrir como quem acaba de gozar, e por um instante a química da felicidade se esparrama corpo a fora. Logo mais uma mulher, fuma solene um charuto, vassoura às mãos, varre, varre, nada mais há para varrer, mesmo assim, ela continua – quando não há a entrega ao costume, há a fadiga. Carros antigos estacionados ao meio-fio estão mais para serem apreciados do que propriamente conduzidos, estão mais para não serem importunados em sofridas aposentadorias. Centenas de homens, outras de mulheres, pelas ruas à espera das migalhas das filas das filhas, das filhas, da Gran Revolución. Meninos, pés descalços, correm atrás do sonho esférico, chutam o mundo. Nas fronteiras das partidas suicidas, ondas insistem altas, querem espiar o que se passa na ilha, insistem, insistem... mas, dão-se contra os paredões; os mesmos paredões aos que insistem.

Há de se resistir, há de se abraçar com carinho a música, bebida da alma, para contradizer, porque tudo fica muito áspero, fica muito piada de mal gosto, a graça fica toda nas mãos dos senhores da terra, e a história já cansou de mostrar as mesmas letras, as mesmas insânias, dos ouros reluzentes das bocas do poder, que riem feito hienas.

Um homem pára diante da câmera, fica estátua, personalidade, encara a lente, se faz de oficial de todas as patentes, e não se distrai. Outro, perto dali, roda um latão, faz pião, roda, roda, roda, mostra que sabe lidar com os movimentos, tudo ao alcance das mãos, menos das bananas que descarregam do caminhão. A fome ronda, ronda, ronda...

E os senhores, jovens que se esqueceram de envelhecer, pegam seus violões, contrabaixos, percussões, letras e poesias e sentida dor. Abraçam a noite namorada, e cantam, e tanto, e quanto podem, que fazem mesmo todos acreditarem que tudo ali foi feito com carinhosa encenação, serviu apenas como cenário para a música, para Buena Vista Social Club cantar para o povo se remexer, dançar e sonhar na areia do mar...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010


AMOR OU AMIZADE? OS DOIS....

Martha Medeiros



No finalzinho da entrevista que Pedro Bial deu à Marília Gabriela, quando foi questionado sobre relacionamentos, ele deu uma lição que serve para todo mundo: trate seu amor como você trata seu melhor amigo. Sei que isso parece falta de romantismo, mas é o conselho mais certeiro.

Não era você que estava a fim de uma relação serena e plenamente satisfatória? Taí o caminho. Vamos tentar elucidar como isso se dá na prática. Comecemos pelo exemplo que o próprio Bial deu: você foi convidado para o casamento de uma prima distante que mora onde Judas perdeu as botas, você tem que ir porque ela chamou você pra padrinho. Como é que os casais costumam combinar isso?

"Não tem como escapar, você vai comigo e pronto". Ou seja, um põe o outro no programa de índio e nem quer saber de conversa. É assim que você convidaria seu melhor amigo? Não. Você diria: "Putz, tenho uma roubada pela frente que você não imagina. Me dá uma força, vem comigo, ao menos a gente dá umas risadas...".

Ficou bem mais simpático, não ficou? Como esta, tem milhões de situações chatas que você pode aliviar, apenas moderando o tom das palavras.

Pro seu marido: "Você nunca repara em mim, não deu pra notar que cortei o cabelo? Será que sou invisível?" Mas pra sua melhor amiga: "Ai, pelo visto meu cabelo ficou medonho e você está me poupando, né? Pode dizer a verdade, eu agüento".

Pra sua mulher: "Você já se deu conta da podridão que está este sofá? Não dá pra ver que está na hora de trocar o tecido?" Mas pra sua melhor amiga: "Deixa a pizza por minha conta, eu pago, assim você economiza pra lavar o sofá. A não ser que este seja um novo estilo de decoração..."

Risos + risos+ risos.

Maneire. Trate seu amor como todas as pessoas que você adora e que não são seus parentes. Trate com o mesmo humor que você trata seu melhor amigo, sua melhor amiga. Até porque, caso você não tenha percebido, é exatamente isso que eles são.

"Grandes Realizações são possíveis quando se dá importância aos pequenos começos"

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

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Neyde Noronha (nan)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010





Sem saber do projeto do novo seriado da Globo, fiz este vídeo, principalmente,focando a lindissima voz de Dalva de Oliveira,cantando a música Segredo. Aproveitei e fiz uma poesia que me emocionou criar naquela época. Com a voz de Dalva, me inspirei com toda a minha alma de artista.

Linda e romântica música cantada pela voz inconfundível de Dalva de Oliveira. Cantora de muito sucesso nos anos 50 e início dos anos 60. Segredo e e Dalva são inconfundíveis. Assista... Obrigado, Neyde Noronha (Neydenor)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010



UNIVERSO DE MINHA VIDA


Marcos Ramos

Assim como a paz lhe traz
Um ouvinte para lhe dizer
Como é bom estar contigo



Sempre que um raio de sol
Aparece como bom amigo
Os seus olhos logo brilham



Quando no espectro me vê
Fica linda como uma Vênus
Em doce sorriso para mim


A vida sempre traz alegrias
Ficando com o amor eterno
No Universo de minha vida


**********************

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010



"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar
e entregar os pontos. Aí, entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez, com outro número,
e outra vontade de acreditar que daqui
para diante vai ser diferente."

(Carlos Drummond de Andrade)

Agradeço aos assinantes deste blog os elogios e a leitura que tanto me previlegia e analtece. Com o meu especial carinho a todos o meu abr...